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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Agridoce: projeto musical que imita a vida real #FolkMusic #Experimental

Chegou dezembro, e com ele chega também a certeza que o fim do ano se aproxima: É tempo de reflexão, de reafirmar a fé, de preparar o coração para a concretização de mais um ciclo anual na expectativa que as coisas estejam ainda melhores nas cenas dos próximos capítulos. Curioso que sempre quando chega o final do ano, tendemos a realizar uma retrospectiva pessoal e avaliar todas as nossas ações reproduzidas, todas as metas conquistadas e os desejos não realizados, e neste mesmo tempo de reflexão, construímos novos sonhos e expectativas para o novo ano que se aproxima, novos projetos de vida, importantes para a saúde do ser humano.

Projetos de vida são sempre bem vindos, principalmente aqueles colocados em prática e que de alguma forma inclinam-se para o agrado e bem estar do outro. E assim como na vida, a música também reflete essa realidade, através dos projetos musicais que, particularmente, ajudam na capacidade de assistir ao mundo e as situações cotidianas, no mínimo, de uma forma diferente e a despertar a audição, um dos cinco sentidos humano, com a diversidade de experimentos e variações musicais, geralmente presente nos projetos musicais. Dentre tantos, destaco o audacioso e inovador projeto paralelo da cantora Pitty e do guitarrista de sua banda, Martin.


O projeto AGRIDOCE nasceu durante o intervalo da banda, quando Pitty e Martin decidem se isolar numa casa na Serra da Cantareira, em São Paulo e produzir música experimental e minimalista, porém despretensiosos. Para isso, eles se aventuraram na folk music, experimentando uma diversidade de sonoridades que tinham o violão e o piano como instrumentos-base. Estas canções foram compiladas num álbum homônimo, lançado em novembro de 2011, e resultou numa extensa grade de shows por todo o Brasil e em festivais estrangeiros.

O motivo de ter escolhido o Agridoce pra esta publicação de dezembro é justamente porque sinto que as canções deste projeto traduzem com maestria os sentimentos advindos com a chegada do fim de ano. Acredito que as suas canções conseguem transmitir nostalgia e ao mesmo tempo trazem esperança, sentimentos esses que nos remetem muito ao que todos nós costumamos sentir e refletir neste período de fim de ano.


Acredito que a canção que retrata com mais firmeza esta sensação de nostalgia e esperança, é o primeiro single do duo, ‘dançando’, que introduz o ouvinte a um lado doce e ingênuo da Pitty que, acompanhado de rimas simples, nos leva a uma viagem de instrumentalização sensorial devido a uma voz suave, com o apoio de um violão, piano e sinos que ambientam e completa a sensação de calmaria e ternura, presente na canção.


Adiante, em ‘Romeu’ somos convidados a entrar na melancolia de alguém que tinha receio de se entregar por uma paixão e perdeu a oportunidade de vivenciar algo bonito pelo fato de temer as consequências no futuro. Sinto uma ligação forte com esta canção, pois por vezes fui levado apenas pela conquista e ao retornar a minha consciência, percebia que o medo de arriscar naquela relação era maior do que qualquer outro sentimento. Confesso, fui egoísta, mas o curioso é que tudo que vai, volta. E voltou.

Adiante, uma curiosidade: na canção ’20 passos’ temos a oportunidade de conhecer e nos encantar com a voz do Martin e com a instrumentação emotiva presente na canção composta de apenas duas estrofes, que nos convidam a conhecer e entender a imaginação do eu lírico, dentro da complexidade do que conhecemos por ser humano.

Para finalizar, ainda sobre o álbum, recomendo a canção ‘130 anos’ que se inicia ao som de uma harmoniosa e doce Escaleta; ‘Embrace the devil’, onde podemos ouvir o som dos pássaros na Serra da Cantareira e de tocantes sinos; por fim, o dueto de vozes entre o Martin e a Pitty na canção ‘Upside Down’ merece atenção.

Na música, me interesso pelos projetos paralelos, pois geralmente eles são repletos de hibridismo musical e liberdade criativa, adicionando Pitty e Martin a esta ideia, certeza que algo bastante significativo sairia como resultado final: Agridoce. Fica a minha recomendação do mês!




Assim eu me despeço, na torcida por novos projetos, não só no mundo da música, mais projetos de vida, que nos façam sempre crescer como seres humanos evoluídos e que acredita que o agora é melhor do que o que passou. À tudo, minha gratidão!

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