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domingo, 20 de julho de 2014

A Tropicália e sua relação musico-social #ContraCultura #Golpe64 #AlegriaAlegria

Década de 60: Muro de Berlim, Revolução Cubana, Guerra no Vietnã, movimentos sociais em ascensão, o Mundo foi palco de diversas mudanças político-sociais, o que fez com que muitas pessoas começassem a perceber seu papel na sociedade. Com isso, no Brasil também não foi diferente: no ano de 1964, o presidente João Goulart é deposto por um golpe, dando início ao Regime Militar no Brasil.

Nestes últimos dias venho tendo a oportunidade de dar a devida atenção a um dos movimentos culturais mais importantes da história da música no Brasil, aquele que fez a ruptura da Bossa Nova e trouxe uma nova roupagem ao estilo musical da época, O Tropicalismo. Foi um movimento contra-cultura do final da década de 60 onde diversos artistas da época fizeram parcerias em festivais de música e apresentações ao vivo para se manifestarem contra o período conturbado da época - regime militar - exigindo, principalmente pela liberdade de expressão.


Como naquela época existia uma censura a qual restringia os artistas da época, os mesmos precisavam buscar suporte nas figuras de linguagem para poderem se expressar e passar a sua mensagem nas canções. É então que surge a Tropicalia, movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968, que teve início pelos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil no Festival de Música Popular Brasileira, na Rede Record e Globo.

Mesmo sabendo que o movimento não durou até a década de 70, fica claro que o mesmo foi de extrema importância para o cenário brasileiro da época, principalmente pelo lado musical, trazendo uma nova perspectiva dos ritmos e dando espaço a criatividade em estúdio, além do lado político, pois deu voz aos milhares de brasileiros que estavam indignados com o período, porém estavam censurados. Hoje em dia, nos resta os tantos livros, sites e documentários falando sobre o período, vale a pena disponibilizar alguns minutos de seu final de semana para conhecer as obras dos mestres da música brasileira.

Logo abaixo, cito o álbum-título do Movimento Tropicalista, uma das bandas mais irreverentes do período e outra dos anos 70, liderada por um excêntrico performer.


- "Tropicalia: ou Panis Et Circencis (1968)";

Em Julho de 1968, ocorre o lançamento do álbum que é considerado o marco do Movimento Tropicalista. Diversos artistas da época, adeptos aos movimentos sociais da época fazem parcerias para o álbum de auto-afirmação do movimento Tropicalista, pela Philips. Gilberto Gil, Caetano Veloso e Os Mutantes juntam-se com Nara Leão, Gal Costa e Tom Zé para o lançamento do álbum que retratava toda uma sociedade indignada com o período da Ditadura Militar e que buscavam, de todas as formas, a liberdade de expressão e direitos humanos que foram, de certa forma, minimizados neste período.

+ Música: Panis Et Circensis; Coração Materno; Baby e; Hino do Senhor do Bonfim.


- Os Mutantes (1966);

Sua formação original era composta por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sergio Dias. Eles são considerados os prepulsores do Rock Psicodélico no Brasil e bastante inovadores, por terem introduzido o Rock Experimental no cenário brasileiro, dando origem ao hibridismo musical ao mesclar o rock com a própria cultura local em suas canções metafóricas e que condiziam com a realidade da época. Os Beatles são considerados a maior influência da banda a qual exagerava na criatividade em estúdio, com distorção e truques em estúdio, assim como os Beatles faziam. Os Mutantes ganharam esse nome antes de sua primeira aparição no Programa do Ronnie Von, na TV Record. Pela sua irreverência musical e letras cheias de metáfora, Os Mutantes chamaram a atenção dos baianos para fazerem parte do movimento Tropicalista, dando início assim a uma parceria bastante enriquecedora para a cultura musical brasileira.

+ Música: Bat Macumba; Balada de um Louco; Posso Perder Minha Mãe, Mulher... Rock n' Roll.


- Secos & Molhados (1970);

Sua formação inicial, formada por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gérson Conrad revolucionou o modo de se fazer música e trouxe uma nova perspectiva ao momento conturbado do período. Mesmo não fazendo parte diretamente do movimento Tropicalista, a banda Secos & Molhados foi uma das prepulsoras no experimentalismo musical no Brasil: Seu primeiro CD, datado de 1973, possui uma mesclagem de diversos ritmos, como o forró, a psicodelia e o rock, juntas em um unico álbum, caracterizando a sua semelhança com o movimento Tropicalista da mesma época, tanto pelo desprendimento musical evidente da banda, como também por suas performances em festivais de música, com 'reverência estética, extravagância e cara-pintada' como sinônimos de suas apresentações ao vivo, no mínimo, intrigantes. Os Secos e Molhados chegaram após o movimento Tropicalista, porém trouxeram em suas letras o inquietamento de uma Nação e a crítica aos antigos tempos de ditadura.

+ Música: O Patrão Nosso de Cada Dia; O Vira; Rosa de Hiroshima; Fala.

Obs.: Pra quem tiver interesse em conhecer mais sobre o Movimento, existe o documentário Tropicália (2012), de Marcelo Machado.
Ou entrar e curtir o site TROPICALIA, projeto desenvolvido por Ana de Oliveira, e que traz o Movimento, suas características, histórico e a relação com o período conturbado da época.

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